Menu *_*

Bem vindo ao nosso blog

Esteja avontade, leia,medite e guarde no seu coração esse nosso espaço.
com amor: Princesa de Deus

Pages

sábado, 3 de agosto de 2013

Nárnia – muito além de uma fábula ou um ensinamento cristão.


Hoje analisaremos um dos clássicos das fábulas conhecido em todos os países: As Crônicas de Nárnia. O livro escrito por Clive Staples Lewis, mais conhecido como C. S. Lewis possui o conjunto de 7 contos para crianças que narra a história de aventuras em um mundo paralelo.  Em um primeiro olhar entendemos as crônicas como a bela história do leão e das crianças que passam por aventuras em um mundo criado por eles mesmos talvez numa tentativa imaginável de fugir dos problemas do mundo real. Uma visão mais apurada encontra na história a intenção do autor sobre a educação cristã que inclui todo um sentido moral. Entretanto, em uma análise profunda, descobrimos símbolos e sinais ocultos de caráter misticos e sociais, vejamos bem:





O primeiro conto do livro da saga se chama “O Sobrinho do Mago”que narra as peripécias de um menino que vai morar na casa dos tios e acaba se envolvendo em travessuras. Digory conhece a vizinha, menina Poly, e juntos descobrem que o Tio André realiza experimentos “mágicos” em um quarto secreto da casa onde mora. Tio André é um senhor de caráter hermético e trabalha com um tipo de alquimia, sua  pesquisa se resume na busca de universos paralelos ao nosso, então ele cria “anéis mágicos” que podem transportar seu usuário para tais lugares. As duas crianças, secretamente, entram na sala proibida de tio André e acabam sendo transportados para um grande bosque cheio de lagos, aonde descobrem que cada lago é uma “porta” para um mundo diferente. É pela curiosidade que as crianças chegam até o mundo [em ruínas] da Rainha (ou feiticeira) Branca [Jadis] e, pelo mesmo motivo, a libertam de sua maldição. A Feiticeira acaba seguindo as crianças para nosso mundo (Londres) e arma uma bela confusão até que um acontecimento muda tudo: algo reluzente e uma bela música transportam os personagens de Londres a um local novo que acabara de ser criado – Nárnia!!!  Nesta nova terra todos conhecem o Leão e os animais falantes, inclusive um cavalo que foi transportado de Londres também começa a falar. Em Nárnia, recém criada, o menino Digory descobre a existência de um fruto mágico (maçã) que é capaz de curar todos os males do corpo, é o fruto da eternidade. O menino precisava do fruto pois sua mãe estava doente e mais que tudo ele queria ver ela curada, portanto o não era permitido roubar tal fruto do lugar encantado, várias vezes ele foi tentado pela feiticeira a roubar o fruto... No final a bruxa come do fruto e se torna mais poderosa e imortal. O menino resiste e do fruto sagrado é retirado as sementes e plantado uma nova árvore, acessível a todos os animais falantes e também aos humanos que reinavam em Nárnia.      Neste breve resumo da história acima já conseguimos identificar algumas referências simbológicas que o autor usa: 
 
1.º dois humanos, crianças, um do gênero masculino e outro feminino, uma apologia a “Adão e Eva” -  pois os dois “descobrem” a sala proibida e acabam por curiosidade usando a magia e assim libertam o Mau (A Rainha ou feiticeira, falaremos mais dela em seguida);
    

 2.º o autor faz apologia ás 11 dimensões do universo, que é um ensinamento indiano não cristão porém de caráter religioso (pra quem ler ou leu o livro é pode reparar que fala também que o pai de Digory está fazendo pesquisa na Índia por isso ele mora com a tia) quando é retratado o bosque sendo o “corredor” que leva, através de lagos, as pessoas a cada uma dessas dimensões (inclusive uma ideia muito parecida é passada no filme “Bele verte” - recomendo).
       
 3.ª  o tio cria “anéis mágicos” para conseguir passar pelos portais - Idéia muito parecida com a de J. R.R. Tolkien  (autor de Senhor dos Anéis). Interessante saber que os dois autores eram muito amigos e os dois eram cristãos fervorosos, relatos em seus próprios livros e bibliografias falam que muitas vezes eles se reuniram para torcar idéias para as suas histórias. Essa passagem do “anel”, assim como no clássico “Senhor dos Anéis”, remete a história biblica do Rei Salomão onde seu suposto testamento descreve que poderia controlar todo o tipo de demonio atravez de um Anel recebido do Arcanjo Miguel.
        
 4.º  O Leão, nesta passagem, já representa a criação: Cristo! “O Leão de Judá” (descrito no livro de apocalipse)! O animal, juntamente com a Música (OBS. a música é também a base da criação nas obras de Tolkien) cria todas as coisas do novo mundo Nárnia – na bíblia, em 1.° João fala sobre a criação, sobre “o Verbo” estar com Deus no ato da criação. Ainda que o nome “Aslam” não deve ser mera coincidência sendo pois o termo “As” significa “Maior” e “Lam” significa “Cordeiro” [Jesus = “cordeiro” de Deus]. Bonito também foi é a contradição entre o animal e o nome: Leão [força e poder] versus Cordeiro [fragilidade e simplicidade].  


5.º podemos, neste caso assim como na bíblia, entender o fruto da eternidade ( que também é uma “maçã”) como o conhecimento. Indo mais além, na história do livro, podemos dizer que o fruto pode ser o exemplo da tecnologia, já que a história fala de Londres no século 19, a “maçã” era algo que poderia curar a mãe do garoto e que também garantiu mais poder a “feiticeira”.







O segundo conto é mais conhecido, foi transformado também em filme: “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”. História que mostra as aventuras de 4 crianças em Nárnia, são elas: Lúcia, Pedro, Edmundo e Susana. As crianças encontram uma passagem para o lugar encantado e lá concedem animais falantes e lutam contra a Feiticeira ou Rainha Branca que era a grande ditadora que fazia todos infelizes. As crianças tem ajuda do grande Leão que também acaba se sacrificando por um erro cometido por Edmundo, mas que ressuscita para concluir sua missão.
             Essa parte é muito óbvia tanto no livro quanto no filme. Um ensinamento cristão representado em fábula. Começando pelas crianças, alguns podemos decifrar de cara pelo nome como “Pedro” – também foi o nome de um dos doze apóstolos, especificadamente o que se tornou o primeiro Papa, fundador da igreja romana; “Edmundo”, que na história foi o traidor e foi por ele que o Leão se sacrificou, lembra Judas e também traz consigo um significado simbólico: seu nome é a chave, as letras “Ed” derivam do latim onde “Et” ou “Ed” significam o termo “Ao” logo seu nome todo “ED-MUNDO” significa “Ao Mundo” então entendemos pra quem o Leão fez o sacrifício e mais uma vez há a ligação com Jesus Cristo, pois também há a ressurreição na história. Já com as personagens Lucia e Susana não conseguimos identificar uma ligação assim de cara, porém depois de entender a história podemos enxergar nelas a minuciosa representação respectivamente de Maria (mãe de Jesus) e Maria Madalena – a primeira foi a que recebeu Jesus, assim como Lúcia foi a primeira que chegou em Nárnia e a primeira a ver o Leão; A segunda como a discípula mais dedicada, que viu o Leão morrer e ressuscitar  Lúcia também representa a fé, pois nunca ela desiste de seu ideal e não deixa de acreditar na vinda do Leão. A Rainha Feiticeira Branca, anteriormente citada como “o mau”, nada mais é do que o pecado, ela tem todas as características dos pecados capitais: A Ira, a gula (demonstrado também quando ela ludibria Edmundo com um manjar dos deuses), a inveja (do leão e de suas maravilhas), o orgulho (se auto intitula “rainha”), a avareza (totalmente apegada a seu poder) e a luxuria (é vista por por muitos na história como portadora de uma beleza rara), entendemos assim também por que quando a feiticeira chegou em Nárnia o Leão discursa a todos que o mau havia se infiltrado naquele mundo.
          


 O conto “O cavalo e seu menino” é algo bem mais sutil, que descreve a angústia de um cavalo que era falante mas foi obrigado a viver num lugar de animais mudos bem como a história de um menino que era príncipe e não sabia. Os dois querem voltar pra sua verdadeira casa. Entendemos que o “Cavalo” – animal que também aparece no primeiro conto -  é a representação do Trabalho ou o trabalhador (essa representação também aparece no clássico “Revolução dos Bichos” de Geoge Orwell), visto que o animal é oprimido, não possui liberdade [para falar] portanto vive triste. O menino neste conto representa o humano que vive na desgraça e não conhece o verdadeiro “Rei” que tem dentro de si – “eu rei de mim”. Uma lição moral também no que se trata dos dois buscarem sua origem, o Leão também aparece como um protetor na jornada dos personagens.




Em “O Príncipe Caspian” que também virou filme, é tratada a volta dos 4 irmãos – Pedro, Edmundo, Lúcia e Susana -  a terra encantada, após ter passado cerca de 1300 anos no tempo de Nárnia (no tempo do nosso mundo passaram apenas 2 ou 3 anos). Esse conto expõe o esquecimento das tradições da terra encantada, até que um novo “guardião” surge – Príncipe Caspian! O rapaz invoca as crianças do mundo real para ajudar na tarefa de trazer a antiga Nárnia de volta. O Leão aparece para auxilar na batalha de animais falantes, humano contra outros humanos descrentes. Na história aparece um personagem muito engraçado que chama atenção que é o corajoso rato “Ripchip” que perdeu a calda mas acabou ganhando novamente por um milagre concebido pelo Leão. É aí que Pedro e Suzana saem da história, para as próximas idas e vindas o Leão avisa que, dentre eles, só Lúcia e Edmundo poderão voltar a terra encantada.
       Analisando, encontramos nesse conto mais ensinamentos bíblicos:



1.° o tempo em Nárnia passa mais rápido que em nosso mundo real – na bíblia  em 2.ª Pedro diz “Um dia para o senhor é como mil anos e mil anos são como um dia” .
           
 2.° “Príncipe Caspian”, com todas suas virtudes, faz apologia  aos anjos, até da forma como é colocado “Príncipe” que defende a criação viva e se torna o novo guardião, remete a “principado” termo usado para designar tipos de anjos. 
         
   3.° o rato “Ripchip” demonstra passa a mensagem “não julgar pela forma” visto que o ratinho, mesmo pequeno e parecendo indefeso, é o melhor espadachim entre os guerreiros (até melhor que o rei) apesar de ser um tanto vaidoso. Nessa passagem lembramos do Rei Davi, que venceu o gigante, sem falar que seu filho Salomão (de novo ele, rs) escreveu muito sobre vaidade no livro Eclesiastes.
            

4.° O Leão promove um milagre devolvendo a calda do rato.
            
5.° Esse conto  descreve a divisão da religião, o ateísmo, muitos desconheciam, zombavam ou desacreditavam na existência do Leão.
          

  6.° Ao dizer que apenas duas crianças poderiam voltar a Nárnia (tendo em vista que Pedro e Susana ja estavam mais velhos) somos obrigados a lembrar da passagem bíblica de Lucas que Jesus diz: “vinde a mim as crianças, por que o reino de Deus é de quem se parece com elas” e “receberá o reino de Deus como uma criança se não nele não entrará”.




O próximo conto se chama “A viagem do peregrino da alvorada”, recente filme lançado pela Disney. Relata a aventura de Lucia e Edmundo, acompanhando de Eustáquio – o primo chato, culto e metido – em uma viagem nos oceanos de Nárnia. Eles ajudam Caspian na busca de 7 fidalgos (grandes reis) do passado, passam por muitas surpresas nas ilhas solitárias, entre as tempestades, na ilha das vozes, na ilha negra (ou ilha do medo) e no fim do mundo. Eustáquio, no conto, de início é um total descrente cético e no desenvolver (por onde passa por diversos apuros, principalmente quando se transforma em dragão) ele começa a crer no que vive e se transforma em um grande amigo do Leão.       Para um bom entendedor, o significado do nome do conto ja diz tudo: Trata-se de uma navegação!! Quem é que já não ouviu a frase “Navegar é preciso, viver não é preciso...”, pois bem essa parte são tratados ensinamentos para a vida. Confesso que achei tão expresso isso no filme que hoje tenho até dó da minha namorada (rrssr) pois quando eu fui ao cinema assistir o filme com ela eu me empolguei tanto que depois que terminou fiquei por volta de uma hora comentando sobre os ensinamentos morais passados (haja ouvido, haja saco pra me aguentar!!!kkkk). A historinha resumida no paragrafo de cima enfatizou os locais de passagem da navegação pois remetem a simbologia da vida, vejamos: 
1°- os “7 fidalgos”, para quem reconhece [e para quem não reconhece também, :P] o número 7 representa a Perfeição, visto que é muitas vezes usado na bíblia e em nosso cotidiano com esse significado. É a busca principal da viagem, a nossa busca humana de atingir a perfeição.

 2.° “Ilhas solitárias” é bem o que o nome diz, uma reflexão sobre a solidão humana e seus males – agressividade, falta de confiança e compaixão. 

3.° “Tempestades” – as vezes passando por tribulações na vida e pensamos que vamos afundar, porem nosso barco resiste para viver mais um dia de sol! 

4.° “Ilha das vozes” – quem é que não se deixa levar por vozes alheias?? Alguns vivem de opiniões, criticas ou conselhos “invisíveis” e acabam não vendo a verdade simples. 

5.° “Ilha Negra” é o lugar onde os personagens devem vencer seus maiores medos, só assim conseguem salvar os 7 fidalgos – reflexão sobre vencer o medo para chegar perto da perfeição. 

6.° “Fim do mundo” ou “terra de Aslam” é colocado muito bem como o fim da vida. Encontramos também um exemplo no personagem Eustáquio que no começo nega e depois vira um amigo do leão, remete ao apóstolo Paulo. Esse conto é considerado chave pois nele o Leão fala que está também em nosso mundo, mas com outro nome, acrescenta ainda: “Vocês têm que aprender a conhecer-me por esse nome. Foi por isso que os levei à Nárnia, para que, conhecendo-me um pouco, venham a conhecer-me melhor." Essa é a prova concreta da intenção evangelizadora do autor.

      

 Os dois ultimos contos “A cadeira de prata” – que fala do retorno de Eustáquio e uma amiga Jill a Nárnia, eles devem encontrar o filho de Caspian através dos sinais dado pelo Leão .

“a Última batalha”– fala sobre a confusão de um macaco e um burro que encontram uma pele de leão e o fazem passar pelo grande Líder. O macaco faz alianças com povos bárbaros e esses tomam Nárnia como propriedade. Então mais uma vez o regente do mundo encantado pede ajuda aos humanos aqui do outro lado porém nem todos podiam mais voltar, acabaram tentando apelar pelos anéis novamente, mas um mágico acidente de trem transporta todos para o mundo encantado de novo. Apesar de todo o sacrifício da garotada eles não conseguem eliminar o estrago que o macaco e o burro fizeram, o Leão então decide acabar com Nárnia e transportar todos para seu pais onde viverão felizes para sempre, inclusive as crianças.
      Logo vemos que esses últimos contos remetem bem ao “final dos tempos” ou apocalipse. No “A Cadeira de Prata” há apologia aos sinais dos céus, que os personagens acabam não reconhecendo e se perdem. Já em “A última batalha” é o retrato do apocalipse, temos também a imagem do “falso profeta” que são, ironicamente, o Macaco (representando a malandragem) e o Burro  (preciso falar oque representa? Rs). O Leão acaba com o mundo encantado e transporta todos os merecidos para o Pais de Aslam, que também é o Fim do mundo, que interpreto como a morte, especificadamente neste caso o “céu”.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário